7 de janeiro de 2013

O ar

Estou lendo um livro que é um apanhado de dois livros intitulados Ikasarete de Yehan Numata e Sasaeatte escrito por Toshihide Numata, assim que quero dividir com vocês um dos textos que achei bonito: o ar.

"O ar"

Geralmente somos inconscientes do ar que nos rodeia.

Apesar disso, quando experimentamos alguma dificuldade no trato respiratório, como quando escalamos uma montanha alta ou fazemos muito exercício físico, tratamos frenéticamente de inalar ar. Pela primeira vez compreendemos o seu valor.

O conceito do vazio nos ensina que não há substância verdadeira. Na realidade, já que não há substância, várias formas podem existir ou apresentar-se como fenômenos. Isso se explica melhor com as palavras do sutra do coração: "A forma é em si mesma o vazio, e o vazio é a forma."

Em japonês se usa a palavra "kuki" para designar ar, e esta contém por sua vez a palavra que expressa o vazio. Por carecer de substância, não percebemos de imediato a sua existência; mas, quando verdadeiramente o necessitamos, nos rodeia e nos mantêm vivos. Mais ainda, quando exalamos o ar, este muda a algo distinto, em um gás não respirável. No entanto, novamente se transforma em algo respirável (pelo poder das plantas) e nos fornece o oxigênio.

Expressamos nosso agradecimento de todo coração a essa realidade vaporosa que carece de substância.

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